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"Seven Days in June" - review

"Seven Days in June" é o livro do mês de Julho do The Characters Club - sim, sim, ler este livro com a palavra "Junho" na capa, em Julho, deu-me alguma comichão, mas valeu a pena.


Este livro conta a história de Eva and Shane, que se conheceram no secundário e que, durante uma semana viveram uma história de amor - palavra que não estava propriamente presente no dicionário das suas vidas. Quinze anos depois, os dois, agora autores de bestsellers, encontraram-se novamente num evento literário e a forma como se olham não passada despercebida ao público.


Ao longo da leitura, vamos descurtinando o porquê deste romance ter tido uma validade tão curta e o porquê da Eva preferir esquecer que Shane existe - a forma como a autora o faz, seja através de retrocessos no tempo ou no presente através de pensamentos e conversas, foi algo que apreciei bastante.


Este não é o tipo de livro em que todas as personagens são perfeitas e aspiracionais, elas falham, cometem erros e fazem-nos pensar "porque raio não fizeste isto assim...". Confesso que tive muita dificuldade em me conectar com a Eva e que, ao contrário da maioria dos livros, gostei mais do homem do casal - a sua história paralela ao romance é bastante interessante e gostava que tivesse sido mais desenvolvida.


*spoilers nos próximos parágrafos*


Este livro é um "second chance romance", o que eu não aprecio particularmente. Sinto que muitas vezes os autores passam um paninho com água nas razões pelas quais um casal se separou - gente, acho que pelo menos um Ajax, um Cif ou até mesmo um vinagre com bicarbonato é preciso. Se uma separação aconteceu algo se passou, e se anos se passaram, espera-se que as pessoas tenham crescido, mudado de gostos e interesses, pelo que não gosto particularmente deste género de leituras. Neste livro em particular, passaram-se 15 anos, nasceu uma filha fruto de uma relação com outro homem, e a Eva não queria nada com o Shane...por isso não me digam que de um gelado vamos para uma cama em 3 minutos.


Na verdade, este romance estava tão "meh" para mim que foram preciso os dois últimos capítulos para me convencer. A forma como os dois percebem que não podem ficar juntos, que precisam de mais tempo para crescer enquanto indivíduos, de ir atrás dos seus sonhos e repensar o que querem, mostrou-me a maturidade que senti que faltava. A reviravolta no epílogo foi bonita e sinto que não afeta a decisão anterior das personagens, uma vez que, embora pouco, a Eva e o Shane tiveram tempo para falar sem segundas intenções, deram-se tempo e espaço e perceberam que a sua vida ficava mais completa com o outro.



Pontos fortes: escrita da autora; o grupo de amigas da Eva; os últimos dois capítulos mostram uma maturidade emocional que até então lacava.

Pontos fracos: achei que o romance foi reatado muito rapidamente, e que precisava de um desenvolvimento maior.

Frase favorita: “Eva wanted things. She’d just forgotten how to get them”

Trigger warnings: automutilação; abuso de álcool e drogas; negligência infantil e juvenil; racismo; descrição de dor.

Pontuação final: 4/5


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