Post Convidada: Cláudia Pereira
Fui morar para a Alemanha com 18 anos, ano de pandemia, para estudar canto, e com o objetivo de evoluir o máximo possível profissionalmente, visando as oportunidades de emprego no futuro.
Sendo bem sincera, custou muito menos do que eu pensava! Nos primeiros meses, eu não conseguia encontrar casa, então fiquei a morar com uma colega de turma, que também estava pela primeira vez na Alemanha. Isto ajudou-me imenso a desenvolver o meu alemão! Tenho a certeza que se eu tivesse vindo com algum conhecido de Portugal, não o tinha desenvolvido tanto.
IG: mezzoclaudiapereira
Depois, finalmente encontrei um apartamento. E aí sim foi uma fase complicada! Eu morava sozinha e fiquei sem aulas por causa da pandemia, uma amiga minha ficou com Covid e eu tive de ficar de quarentena, então só saia de casa para fazer compras.
Cheguei ao ponto de pensar em desistir porque não estava a fazer sentido. Todos os projetos, todas as oportunidades que eu pensava que ia ter não estavam a acontecer. Todo o esforço de estar longe da família, dos amigos, de estar num país com uma língua e uma cultura completamente diferente da minha, nada disso estava a valer a pena.
Sei que estou a contradizer-me um pouco, já que no início disse que não custou muito, mas a verdade é que todos os momentos menos bons que eu vivi aqui foram relacionados com a pandemia, uma coisa momentânea, que ninguém estava à espera e não sabíamos muito bem como lidar. Acredito que todas as pessoas ficaram meias perdidas como eu.
Foto: Vítor Alexandre Oliveira para o Município de Esposende
Colocando numa balança, penso que ganhei muito mais que perdi! Conheci muitas culturas diferentes; lugares incríveis; aprendi uma língua nova; venho tendo oportunidades profissionais que não teria se tivesse ficado em Portugal e cresci bastante. Tive de ir aprendendo como as coisas funcionam cá, desde como as pessoas se relacionam umas com as outras no dia a dia, até que impostos é que tenho de pagar estando cá a estudar, a pagar contas de eletricidade, água, etc. E eu não podia pedir ajuda aos meus pais porque eles não iriam saber (em primeiro lugar porque não falam alemão e depois porque não sabem como é que as coisas funcionam). Então isso fez com que eu ficasse mais responsável e amadurecesse.
No geral, penso que a experiência de viver fora é muito enriquecedora tanto a nível pessoal como profissional. Uma fora de vivenciar isso é através dos Erasmus, onde o tempo fora não é tão longo mas que já dá para ter uma noção do que é viver no estrangeiro.
IG: mezzoclaudiapereira
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