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#7 Dear Diary

  • Foto do escritor: Sara Carvalhosa
    Sara Carvalhosa
  • 24 de jan.
  • 2 min de leitura

Já repararam que todas as coisas que gostavamos em criança estão a voltar?


Os Morangos com Açúcar têm uma nova série, os Jonas Brothers regressaram - assim como os D'Zrt, as Just Girls e os 4Taste -, hobbies como pintar livros ou fazer pulseirinhas estão cada vez mais populares.


As coisas que nos eram queridas e traziam algum conforto aproximam-se cada vez mais do que procuramos em adulto. Pergunto-me se é por sermos uma geração tão ansiosa e que olha para o futuro de forma pouco animadora que nos leva a procurar - e tentar recriar - as memórias do passado.


Comprar casa, casar ou ter filhos aparece cada vez menos nos planos da nossa geração, seja por questões financeiras, sociais ou pessoais. E talvez procuremos na criança que fomos e que sonhava com isso um novo sonho. Tentamos perceber que está tudo bem por não termos toda a vida definida com 25 anos e tentar encontrar aquilo que gostávamos de fazer em pequenos.


A verdade é que a adolescência é uma fase em que nos tentamos integrar e isso leva a que procuremos fazer coisas que as outras pessoas da nossa idade gostam: temos os mesmos hobbies, vemos as mesmas séries, gostamos das mesmas bandas, vestimo-nos de forma parecida. E quando isso acaba, pode ser difícil perceber o que é que afinal nós gostamos - eu gostava disto porque todos faziam isto ou era algo que realmente me dava prazer?


Essa procura pela distinção do que é nosso ou dos outros é difícil e leva-nos a questionar muitas coisas dentro de nós. Ser adulto era suposto ser sobre certezas, mas a verdade é que todos fingimos que sabemos o que estamos a fazer. Vamos vivendo, tentando perceber como reagimos a certas situações, o que nos faz felizes. Muitas vezes encontramos uma resposta que não era aquilo que esperávamos - a pele que vestíamos já não nos serve.


E está tudo bem, porque isso é crescer – e isso pode implicar voltar à nossa infância para nos encontrarmos novamente. Talvez a criança que éramos nos consiga ajudar a encontrar o adulto queremos ser.

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