A última edição da Vogue Portugal traz na capa James Charles. Quando soube que o James ia fazer a sua primeira capa (muitas se seguirão, acredito) para a Vogue - ainda para mais para a nossa Vogue -, confesso que pensei logo “tenho que comprar”.
Não me é usual comprar revistas e nunca tinha comprado a Vogue. Tenho-me como sendo alguém ponderada com o dinheiro, não sou de comprar “à maluca” ou por impulso, mas também não sou “mão de vaca”. No entanto, ver alguém cujo trabalho admiro na capa de uma revista portuguesa, aliado a um tema que me diz muito, fez-me querer imediatamente comprar a Vogue.
“The Beauty of Imperfection” é a temática desta edição. É difícil encontrar alguém que não se aponte a si próprio pelo menos uma “imperfeição” física. Seja os dentes, o peso, a altura, o cabelo, …muitos conseguimos apontar uma coisa que mudaríamos em nós. Será porque somos eternos insatisfeitos, devido à baixa autoestima ou porque esse “defeito” é assim visto pela sociedade?
Se em tempos a moda nos impingia um certo visual, hoje as coisas estão a mudar – veja-se pelo desfile da Savage x Fenty, marca de lingerie da Rihanna. Felizmente existem cada vez mais marcas a perceber que todos somos diferentes e é isso que realmente faz o mundo tão interessante e bonito (por mais cliché que a frase pareça).
Nunca vos aconteceu alguém vos dizer que não gosta de determinada coisa nele/nela, e vocês nem sequer terem reparado nisso ou até ser algo que gostam? O mais simples para combater isto é elogiar quando se gosta - não esperar que a pessoa diga que detesta o seu cabelo, para dizer que gostamos dele. Porque é que, se gostamos, não dizemos logo? Era tão maravilhoso se cada um de nós desse pelo menos um elogio sincero a alguém todos os dias.
“The Beauty of Imperfection” faz-nos refletir na parvoíce que é tentarmos atingir uma perfeição que não existe e lembra-nos que é o que nos distingue que nos torna únicos. E sim, esta revista podia ter mil interpretações e cada pessoa salientaria coisas diferentes. Esta é apenas a minha.