No meu top3 de livros de 2022, falei-vos de “Red, White and Royal Blue” de Casey McQuiston, o livro que ocupa o terceiro lugar dos meus livros lidos o ano passado. Gostei bastante da escrita da autora e da forma como constrói as personagens, pelo que “One Last Stop”, outro livro da sua autoria, entrou diretamente para a minha wishlist. A minha amiga secreta sabia e foi uma querida em oferecer-mo no Natal.
Gostei muito deste livro! As personagens são tão interessantes, têm histórias super bem construídas, personalidades marcantes e distintas e dá mesmo gosto ler e conhecê-las mais. Aliás, se souberem onde posso assinar para ser amiga desta “pessoas”, digam-me!
Tal como em “Red, White and Royal Blue”, a escrita é agradável, com um bom balanço entre descrições e interações. Também “One Last Stop” se foca num romance LGBTQ+, sendo que as protagonistas deste livro são mulheres. Um aspeto diferente que este livro também tem é a vertente da ficção-científica, que eu não adorei particularmente.
Embora “One Last Stop” esteja classificado como um romance, a parte mais interessante do livro é o mistério que envolve a Jane, uma das protagonistas. Como não quero estragar a eventual leitura deste livro a ninguém, não posso desenvolver muito. Posso dizer que sempre que a August, a protagonista principal, entra no metro da linha Q, lá está a Jane; que no restaurante onde trabalha a August, existe um quadro com uma fotografia da Jane datada de 1976, sendo que ela diz ter 24 anos em 2020. De facto, saber o que aconteceu à Jane foi o que me fez acabar este livro rapidamente, não o romance entre as raparigas, já que senti que esse era movido mais por atração do que propriamente por amor e conexão.
De forma geral, recomendo a leitura a quem quer ler um romance leve, mas com personagens fortes e com passados duros. Mais uma vez, a Casey McQuiston conquistou-me, o que me leva a perguntar: qual o próximo livro da autora que devo ler?
Sobre a história:
August é uma rapariga de 23 anos que, por ter passado a maioria da sua vida a ajudar a mãe a encontrar o seu irmão desaparecido, não consegue olhar para uma pessoa sem decorar o que tem vestido e observar os seus comportamentos e maneirismos. Farta da sua vida em que tudo gira à volta de um homem que nunca conheceu, decide mudar-se para Nova Iorque para estudar Sociologia.
Na cidade que nunca dorme, acaba por partilhar um apartamento com 3 pessoas que se tornam a sua família: um tatuador deserdado com medo de assumir sentimentos pela drag queen do apartamento ao lado; uma rapariga extremamente inteligente que decide largar o seu curso de engenharia eletrónica para se tornar artista e trabalhar numa loja em segunda mão; e um psychic transgénero que consegue comunicar com o mundo dos mortos.
No seu primeiro dia de aulas, ao apanhar o metro, August vira o café por si abaixo. Ao ver isto acontecer, uma rapariga aproxima-se e oferece-lhe o seu cachecol, para disfarçar as nódoas da camisola. August pensa que aquela é a rapariga mais bonita que alguma vez vira. E que provavelmente nunca mais a verá, já que o metro em Nova Iorque tem milhões de utilizadores diários. Mas estava enganada, pois na vez seguinte que volta a apanhar a linha Q do metro, lá está a rapariga. E da vez seguinte. E da vez seguinte. E da vez seguinte.
August e a rapariga acabam por se tornar amigas. Ela chama-se Jane, tem 24 anos, já trabalhou no mesmo restaurante onde August trabalha, e continua a ser a rapariga mais bonita que August já vira.
Certo dia, enquanto fazia uma pausa do seu turno, August olha pela primeira vez com atenção para os quadros na parede do corredor do restaurante. E de repente, vê a sua amiga do metro. Jane. August repara como ela parece ter exatamente a mesma idade que tem agora, o mesmo visual. Mas… a data do quadro marca 1976. Como é possível?
É isso que descobrimos ao longo do livro. Quem é Jane? Porque é que ela está sempre no metro? O que aconteceu ao tio da August?
Pontos fortes: o mistério; o cruzar da história das personagens; a diversidade das identidades das personagens; a história tem um bom balanço de descrições e interações.
Pontes fracos: o romance não é muito profundo; ficção exacerbada.
Pontuação final: 4/5
“Red, White and Royal Blue” vs “One Last Stop”: “Red, White and Royal Blue”
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