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#3 Dear diary,

Em que é que acreditas? Se me perguntares, não te sei responder.

Há quem tenha fé numa entidade superior como Deus, quem acredite em anjos, quem acredite em espíritos ou quem não acredite em nada.

Mas por exemplo, dentro do conceito de Deus, existem vários - Cristo, Alá, Jeová -, conforme a religião que a pessoa segue. E por isso, não percebo os conflitos religiosos - que pouco ou nada têm de religião. Ora pensa comigo: Deus, na maioria das religiões, é uma entidade superior que quer o bem, que protege e perdoa; mas há quem use isso como fundo para guerras, há quem faça o mal apregoando ser em nome de Deus. Mas se pensarmos bem, não é precisamente isso que Deus condena?

Existem muitas religiões que acreditam em Deus, mas estamos tão programados para que apenas uma seja “a valer”, seja a das pessoas que são boas. E quando aparecem notícias terríveis sobre pessoas praticantes dessa religião dizemos que “são as pessoas, não a religião”; mas se alguém de outra religião fizer mal, “todas as pessoas daquela religião são más”. Temos medidas diferentes para diferentes religiões, e, consequentemente, para diferentes pessoas. Julgamos e somos preconceituosos por crenças limitadoras que nos são impingidas desde sempre.

Pessoalmente, não me identifico com nenhuma religião, já que não há nenhuma religião com que eu me identifique com todas as suas crenças e regras. Fui batizada, fiz a comunhão e o crisma, mas eu não me identifico com que o catolicismo prega. E, na minha visão, eu não posso simplesmente dizer “escolho esta regra, esta e esta; mas não concordo nem sigo estas”. Eu não posso dizer que defendo uma religião que considera o casamento de pessoas do mesmo sexo como algo errado ou imoral - e vamos lá ver pessoas, se não fosse assim, permitiam que se casassem pela Igreja, e não permitem; eu não posso ser parte de uma religião que condena o divórcio, mesmo quando se trata de um casamente infeliz. Eu, como pessoa individual, não posso. Mas sei que há pessoas que concordam comigo nessas ideias, mas que decidem, mesmo assim, dizerem-se parte da religião e, para mim, está tudo bem. A questão é mesmo essa, temos que respeitar os outros e a forma como decidem encarar a sua fé, as suas crenças e a sua religião.

Eu sei que não sigo nenhuma religião, mas não sei em que acredito. E acho que está tudo bem com isso.


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